Tudo sobre a tríade: Pessoas, Trabalho e Organizações

16 de dez. de 2010

Inconsistência organizacional


INCONSISTÊNCIA E INCOERÊNCIA ORGANIZACIONAL


Fiquei um tempo sem escrever no blog devido à correria de finalização do meu TCC.

Mas hoje estava lendo o livro "Coaching Executivo" de Rosa Krausz e achei muito interessante uma citação que ela fez de Handy & Leiba-O'Sullivan (1998) para retratar a inconsistência e incoerência no universo organizacional, como segue:


"Como é bom ter trabalhadores ativos e dedicados e com iniciativa (mas somente quando é "apropriada"), que precisam correr riscos (porém, nunca riscos arriscados), que apresentam suas ideias vonluntariamente (mas apenas aquelas que são brilhantes), que resolvem problemas (mas não erram), que não temem apresentar seus pontos de vista (mas nunca se opõem aos poderosos), que sempre dão o melhor de si para a empresa (mas não fazem perguntas desagradáveis sobre o que recebem em troca disso). Em resumo, como seria bom empoderar os trabalhadores sem, na realidade, dar-lhes nenhum poder."


Esta postagem é apenas para refletirmos sobre o atual momento organizacional...


Até a próxima!!

27 de set. de 2010

DIFERENÇAS E SUCESSO

O sucesso é ser você mesmo!

Para Ane Araújo, a busca do funcionário ideal provoca a atitude “Procura-se o gap!”, ou seja, tenta-se identificar as fraquezas dos colaboradores perante um “perfil ideal”, em vez de procurar as forças e os talentos que já possuem. É preciso aceitar as pessoas como elas são, o que não quer dizer conformidade com o status quo.


Vivemos em uma época de constantes mudanças, que afetam a cultura, a política, a economia e os negócios de forma geral e produzem pressões em nossas relações profissionais e pessoais. Os resultados de negócios ainda têm sido o critério básico usado para aferir o sucesso dos gestores nas empresas. Mais especificamente: os resultados imediatos ou de curto prazo seguem sendo mais valorizados –independentemente da forma como são obtidos e apesar de todo o discurso sobre qualidade de vida e valorização das pessoas.

Peter Hirsch enfatiza que “na maioria das vezes, as pessoas focalizam apenas nos resultados. Mas, obter resultados sem aprender algo ou sem ter tido prazer é incompleto. Igualmente incompleto é ter prazer sem obter resultados ou sem aprender algo novo que lhe ajude e lhe dê poder no futuro. A realização envolve todos os três: resultados, crescimento pessoal e prazer".

A necessidade cada vez maior de formar empreendedores nas empresas gerou um movimento no sentido de alterar esta visão, focada em resultados imediatos. As implicações das práticas de liderança voltam a ganhar a atenção no mercado. Uma das ações decorrentes deste movimento, a Gestão de Desempenho por Competências, tem como missão refinar estas práticas e oferecer condições para a maximização do desempenho profissional e do desenvolvimento individual e de equipes. Entretanto, este modelo foi inserido num contexto cultural carregado de vieses sobre o desenvolvimento humano. A Gestão por Competências precisa renovar seus conceitos.

Um destes vieses é a existência de um perfil de liderança ideal e único! Isto mitifica o papel do líder e empobrece a gestão por competências. Não existe um perfil ideal de liderança! Logo, não existe um conjunto de competências que sirva para desenvolver e aperfeiçoar todo e qualquer gestor de uma empresa. São tantas as manifestações de liderança quantas as pessoas a manifestarem. Uma empresa pode definir, sim, um conjunto de valores essenciais que explicite a sua ética, mas não deve engessar seus colaboradores num único perfil.

A busca do funcionário ideal provoca a atitude “Procura-se o gap!”, ou seja, tentamos identificar as fraquezas dos nossos colaboradores perante um “perfil ideal”, em vez de procurar as forças e os talentos que eles já possuem. Este critério representa um viés porque as pressões por identificar fraquezas acabam provocando nas pessoas sentimentos de inadequação e dúvidas quanto à sua competência, comprometendo seriamente seu autoconceito e sua auto-estima. Não é raro encontrar pessoas mal-alocadas ou fragilizadas por não serem valorizadas. Sabemos que pessoas que têm baixa auto-estima não se tornam empreendedoras; afinal, elas não acreditam em si mesmas. Ao contrário, pessoas com alta auto-estima e que se sentem valorizadas por suas qualidades florescem naturalmente. Precisamos valorizar verdadeiramente as pessoas! Devemos ajudá-las a se valorizar!

Cada pessoa tem seu mix de estilos e de forças. Precisamos compreender e aceitar as pessoas como elas são, na sua inteireza. Isto não quer dizer conformidade com o status quo. Significa apenas que, muitas vezes, queremos que os outros mudem em vez de ajudá-los a encontrar seu lugar ao sol.


De acordo com a metodologia LIFO® (contração de Life Orientations), apresentada pelos consultores Allan Katcher e Ken Pasternak no livro Gerenciando Suas Forças, existem quatro estilos ou orientações de vida:

· Dando & Apoiando

· Tomando & Controlando

· Mantendo & Conservando

· Adaptando e Negociando.

Cada um desses estilos corresponde a um conjunto de forças que, quando usadas em demasia, aparecem como falhas. Segundo Eric Fromm, “a fraqueza de um homem raramente é mais do que o uso excessivo de suas forças”. A força do estilo Dando & Apoiando é a excelência, em excesso é o perfeccionismo; do Tomando & Controlando é a ação, em excesso é a dominação; do Mantendo & Conservando é a lógica, em excesso é a teimosia e, do Adaptando & Negociando é a flexibilidade, em excesso é a complacência.

As pessoas precisam conhecer e valorizar suas forças, mas também precisam aprender a moderá-las. Por que nos excedemos no uso de nossas forças? Como resposta a situações de altos níveis de ameaça e pressão. O stress constante faz com que as pessoas busquem conforto nas suas forças já comprovadas.

O modelo LIFO de Gestão de Forças® estimula as pessoas a: valorizar seu mix de forças, aprender a moderá-las, apreciar as forças dos outros, estabelecer pontes nas relações e manterem os olhos abertos para mudanças. Estimula as pessoas a liberar ou desbloquear todo o seu potencial para atingir o máximo desempenho e desenvolvimento. O processo de coaching, que consiste em dar suporte para as pessoas se tornarem empreendedoras e ampliarem suas chances de sucesso, quando baseado na metodologia LIFO®, ganha profundidade e velocidade e transforma as boas organizações em excelentes negócios. Alto desempenho –todos os dias!

Para terminar, cito Deepak Chopra: “Existem muitos aspectos do sucesso, riqueza material é apenas um componente... Mas, sucesso também inclui boa saúde, energia e entusiasmo pela vida, plenitude nos relacionamentos, liberdade criativa, estabilidade emocional e psicológica, um senso de bem-estar e paz de espírito". É ser você mesmo!

Ane Araújo é psicóloga e sócia-diretora da Marcondes & Consultores Associados. Especializada em Psicologia Organizacional, acumula experiência de 24 anos na área de Recursos Humanos, e foi responsável pela implementação, no Brasil, das metodologias: The Human Element© (Will Schutz Associates, USA) e LIFO® (“Orientações de Vida”). É autora do livro: Coach – um parceiro para o seu sucesso, Editora Gente.

20 de set. de 2010

Palavras e ações

Palavras e Ações

Quantas vezes já não ouvimos que uma ação vale mais que mil palavras? Muitas! Mas conseguimos colocar isto em prática? Nossas palavras estão em sintonia com nossas ações?

Observo sempre a importância de um elo entre o que falamos e o que fazemos. Se houver muitas discrepâncias, causaremos inseguranças, dúvidas e desmotivação em nosso meio.

E trazendo este pensamento para a empresa...

Imagine um gerente ou diretor de uma organização dizendo numa reunião: “Eu valorizo muito cada um de vocês!” Ou mais, imagine um quadro com os valores da empresa onde o primeiro tópico é, por exemplo: “pessoas em primeiro lugar”. Porém, na primeira oportunidade, corta-se um benefício dos funcionários sem nenhuma justificativa ou satisfação. O que há então? Uma discrepância entre o que se fala e a forma como se age. Nesse caso, pode ser que realmente tenha sido necessário cortar o benefício (talvez a empresa estivesse em crise, enfim), mas o maior problema foi a falta de respeito para com os funcionários que diziam valorizar tanto.

Da mesma forma, podemos ver este desrespeito quando o funcionário não é ouvido em suas sugestões, quando se coloca uma distância enorme entre os setores de administração e de execução, quando se chama a atenção de um funcionário na frente de outros, quando se marca um compromisso com um funcionário e não o cumpre, quando não se dá o devido feedback ao funcionário, quando se promete soluções e/ou projetos e não o cumpre, sem dar satisfações, quando o funcionário o procura para conversar e se dar pouca importância, quando não valoriza a necessidade de lazer e descanso de todos os seres humanos, quando se demite por questões pouco esclarecidas, quando pune um funcionário injustamente ou por questões pessoais, etc.

Este desrespeito vai se proliferando para os clientes (quando não cumpre o que promete), para os fornecedores (quando não realiza os pagamentos, sem satisfações), etc.

E isto não se mascara... Nós, seres humanos, percebemos de longe essa dissonância.

A reação da maioria dos funcionários normalmente é de acordo com a ação da empresa. Da mesma forma, as pessoas tendem a não respeitar, não ouvir, fazer o trabalho de qualquer jeito, reclamar de forma implícita, enfim, posturas que retribuem o que receberam. Poucas são as pessoas que têm a coragem de falar explicitamente o que pensam, muitas vezes por medo da demissão.

Este quadro ainda é bem comum atualmente. Apesar da evolução das teorias organizacionais com estudos sobre o tripé: “pessoas, organização e trabalho”, parece-me que muitas empresas ainda estão presas às teorias de Taylor, de Ford, e não evoluíram. Eles deram sim suas contribuições, foram grandes pioneiros, mas está mais do que provado que as relações humanas e a valorização sincera aos funcionários é a maior causa da prosperidade de ambos, o que as primeiras teorias não valorizavam.

As melhores empresas para se trabalhar carregam novas políticas.

A melhor organização para se trabalhar é aquela que valoriza, respeita, dar oportunidades, confia, reconhece, dar um feedback sincero e profissional, valoriza o trabalho em equipe, valoriza as diferenças, enfim, valoriza basicamente as necessidades criadas de forma plausível por Maslow (desde as fisiológicas, passando pelas de segurança, as sociais, as de estima, até a auto-realização). E para a empresa funcionar bem e prosperar também são indispensáveis um sistema operacional eficaz, a atualização do conhecimento e as condições para que o trabalho possa ser realizado.

Pode ser observado que não citei a palavra “dinheiro”. Não que este não seja importante, mas pesquisas mostram e podemos notar que não é o que determina o aumento do fator motivação em longo prazo. Entendo que ter um salário justo também faz parte da cultura do respeito (assim como benefícios, a depender do porte da empresa), mas somos mais e precisamos de mais. Nossa motivação acontece de forma mais subjetiva do que a simples troca do trabalho por dinheiro.

As empresas precisam perceber mais as necessidades das pessoas, não as tratando como robôs, e sim acreditando e reconhecendo seus grandes potenciais, seja qual for a sua área.

Com a política posta, os valores firmados (com consonância entre o que se diz e o que se faz), as pessoas certamente seguirão a missão e visão da organização, e esta poderá contar com os melhores profissionais, os mais comprometidos e produtivos.

Tudo isso exige mudança, que não é um processo fácil para as empresas e exige persistência e exercício, pois normalmente não têm o hábito de rever posturas, valores e mudar. Empresas menores, a meu ver, têm maior facilidade, apesar da dificuldade da comum indefinição de funções e poucas condições de trabalho, mas pode-se extrair os benefícios dos contatos mais próximos, das necessidades de reuniões frequentes, da observação, e, talvez, do feedback mais sincero.

Os valores da organização estão alicerçados em sua cultura, que está presente desde a forma como é realizada uma reunião, até a posição das salas, as comunicações, enfim, é preciso rever toda a organização para que se alcance, além de lucros, a harmonia entre o dito e o não-dito e, principalmente, o bem-estar de todos que fazem parte desse palco social (incluindo clientes, que sustentam a organização, e os fornecedores, com quem é imprescindível um bom relacionamento). Somente a gerência e liderança poderão aceitar esta necessidade e “dar o ponta pé” inicial para a mudança organizacional e determinar (e acompanhar) as diretrizes que a organização tomará, quando passará a conhecer os benefícios da nova postura.

Para as definições dos passos e acompanhamento, a ajuda de um profissional é sempre bem-vinda.


Neste quadrinho uma forma leve e divertida que procuraram expôr o que muitas vezes acontece:

E, por último, deixo uma frase que está bem de acordo com a forma simples que expus meus pensamentos acima:

“Aja antes de falar e, portanto, fale de acordo com os seus atos” (Confúcio)



Até o próximo post! Tudo de bom!

14 de set. de 2010

O QUE FALAMOS...

A IMPORTÂNCIA DO QUE FALAMOS PARA AS PESSOAS A NOSSA VOLTA

Estive pensando sobre a importância do que falamos para as pessoas e decidi escrever algumas linhas a respeito da imensa influência sobre seus comportamentos e ações.


Isto é ainda mais verídico quando tais pessoas estão envolvidas emocionalmente conosco: família em geral (principalmente pais, irmãos, esposo (a)), amigos, alguns colegas de trabalho, alguns colegas da escola/faculdade, namorado (a), enfim.

E pensei sobre a responsabilidade que possuímos sobre o que falamos. E, mais, que existem muitas pessoas irresponsáveis, que saem dizendo o que lhes vem à mente sem pensar no que uma simples frase influenciará na vida da outra pessoa.

Essas associações podem parecer meio inverdades, mas imagine alguém do seu convívio, e que você valoriza bastante, lhe dizendo sempre: “Você está feio (a), você está feio (a)”, “você está feio (a)”, por várias vezes, ou uma só vez que valha por dez! Pode ter certeza que, mesmo que no início não dê muita importância, depois vai olhar no espelho e dizer: “é... talvez eu esteja mesmo feio (a)” e ainda, talvez, se sinta um zero à esquerda e não solte um olhar conquistador para um(a) paquera.

O inverso também é verdadeiro. Se você ouvir várias vezes de alguém, de forma sincera, “você é muito inteligente”, “você é muito inteligente”, “você é muito inteligente”, mesmo que você não se achasse tão inteligente, você vai olhar no espelho e dizer “é... talvez eu seja mesmo inteligente” e, talvez, faça coisas que não imaginava antes e até ultrapasse seus limites. Imagine se ouvisse isso de mais de uma pessoa...

É meu caro leitor ou minha cara leitora, as palavras e o nosso meio influenciam na nossa auto-estima e em quem somos. Ou melhor, as palavras das pessoas que valorizamos. E às vezes nem precisam palavras, mas olhares/gestos de crítica, de desaprovação, de apoio, de incentivo, de admiração, que substituem qualquer palavra; enfim, nossas palavras responsáveis ou irresponsáveis para determinadas pessoas.


Mas temos "lapsos de memória" com relação a isto e esquecemos este nosso poder. E há quem o faça sabendo do ‘mal’ que podem causar...

Sim... e a crítica? Não devemos fazê-la? Devemos, com certeza! Mas há formas e formas de se fazer uma crítica. E mais, dependendo da forma, ela será ou não aceita pelo ouvinte, para sua vida. Ninguém é obrigado (a) a aceitar algo colocado de “goela abaixo”. Mas se alguém nos deixa mastigar, saborear, para então engolir, a digestão será mais completa, porque pudemos perceber que aquilo é bom mesmo, que aquele caminho é o melhor a seguir, ou talvez não, pudemos perceber que o caminho que estamos nos faz melhor (a partir da nossa subjetividade única, da nossa forma de ver o mundo). E vale frisar que o questionamento adequado é uma ótima forma inteligente de AJUDAR o outro.

E esta atitude implica respeito ao próximo. A QUEM é o próximo. Cada pessoa tem sua história de vida que a constitui. É um crime não respeitarmos ou acharmos que somos melhores que o outro, não aceitando que temos muito a aprender com todos, e a ensinar, e que ninguém é melhor que ninguém.

O que preferimos? Fazer uma pessoa passar o dia todo pensando em suas possibilidades, caminhos e potencialidades (de até mudar para melhor) ou fazê-la passar o dia todo pensando em suas fraquezas e impossibilidades? Queremos ‘frear’ a pessoa ou ‘acelerá-la’? Isso é o poder da palavra e da nossa influência sobre os outros.

Se não sabemos ainda como dizer algo a alguém, que fiquemos calados e formulemos melhor para que o resultado seja POSITIVO na vida da outra pessoa. E talvez o que seja bom para aquela pessoa não é o que seria bom para nós. Mas deve ser tudo com base na SINCERIDADE, se não, melhor permanecermos calados.

Observe a sua volta ao menos quantos elogios sinceros você recebe e dar, e note a importância do que coloquei acima, seja em CASA, no TRABALHO, na ESCOLA/FACULDADE, entre AMIGOS, em algum GRUPO informal, na IGREJA, enfim, onde quer que estejamos. Faça o teste! Seja diferente e fique feliz em ver o outro feliz! Plante sua sementinha para um mundo melhor, a começar pelo seu!

Imagine se todos os pais, ‘chefes’, irmãos, padres, pastores, amigos, colegas de trabalho, etc, agissem dessa forma... Mas parece difícil para alguns! Talvez por medo incosciente de ver o outro melhor, ou de perder o lugar, ou até por não achar importante, enfim...Ainda bem que podemos pensar sobre e sermos melhores a cada dia...


Ah! Tenho que enfatizar que para os líderes a responsabilidade é ainda maior! Mas para um verdadeiro líder essa é a melhor das responsabilidades!

Podemos fazer MAIS pelas pessoas a nossa volta, podemos acreditar, antes de qualquer palavra ou olhar, no POTENCIAL de todos os seres humanos, e ajudá-las (e nos ajudar) a explorarem o que têm de melhor e a serem cada vez melhores.

E, o melhor, o feitiço pode se voltar contra o (a) feiticeiro (a)...

Para finalizar a forma simples que coloquei meus pensamentos, deixo duas Teses das 20 sobre autoconhecimento e a importância de saber viver, de um pensador russo chamado Guerdjef:

15 - Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.

E ainda coloca:

20 - Entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: você é o que se fizer ser.

* Li a obra deste pensador a partir de fontes terceiras, então, pode ser que as palavras não sejam exatamente essas,; mas por nenhum motivo perderão suas utilidades e beleza.


Até o próximo post!

12 de set. de 2010

INOVAR OU LAMENTAR?


Inovar ou lamentar?

A decisão é sua

Cuidado com determinados modelos de crenças, como aquele: “Prefiro ganhar pouco, ter saúde e ser feliz do que ganhar muito e viver preocupado”


Quando o resultado das nossas ações não satisfaz, é preciso parar um pouquinho e, com toda a lucidez e humildade, analisar onde podemos estar errando. Viver despreocupadamente é o desejo que trazemos “de fábrica”. Porém, em muitos momentos, deixamos de assumir o controle de nossos pensamentos, sentimentos e atitudes, uma auto-sabotagem que confundimos com uma pseudo-tranquilidade.

Não é raro depararmos com amigos que miram duas opções extremas de vida. Percebem apenas o oito e o oitenta, esquecendo-se das 72 opções que existem entre eles das sete que antecedem o oito e do infinito que sucede o oitenta. “Prefiro ganhar pouco, ter saúde e ser feliz do que ganhar muito e viver preocupado” é o tipo de crença instalada que nos serve de justificativa para a nossa falta de mobilização e o nosso medo – sim, o medo - de assumir o controle.

Quem disse que não é possível ganhar bem, ter saúde e ser feliz? Essa dissociação entre dinheiro e felicidade, tratados como universos antagônicos, estabelece em nós um padrão limitante de crenças. A partir desse modelo, idealizamos nossos pensamentos, que rascunharão nossos sentimentos, que comporão nossas atitudes e, finalmente, materializarão nossos resultados. O dinheiro é uma energia neutra e sua polarização está nas nossas mãos: é possível tratá-la como algo sujo, que corrompe e demoniza ou como algo que promove mudança, movimenta a economia, gera trabalho, fomenta a tecnologia e todas as outras esferas de prosperidade que a nossa inteligência pode imaginar.

Além do dinheiro, as demais energias neutras à nossa disposição – como o trabalho, o tempo, a fé, a ciência e os relacionamentos, entre outras – estão sujeitas ao nosso padrão mental. A possibilidade de inovação desse padrão é uma realidade, mas a decisão em adotá-la e monitorá-la é individual. O nosso modelo de crenças, ou padrão mental, é o ma

pa que vai nos orientar no campo da ação, e devemos estar conscientes que, entre mapa e terreno, existem variáveis controláveis e incontroláveis.

Daí a necessidade de avaliar cada passo, parando de tratar tudo como fruto do acaso ou do “azar que me ungiu quando nasci” - outro modelo de crença. No oposto do espírito da inovação está o espírito da lamentação. Quando o padrão mental é de lamentação, o resultado que se atinge, invariavelmente é o de uma vida lamentável.

Eduardo Zugaib (Profissional de comunicação e palestr

ante – www.eduardozugaib.com.br)

HSM Online


5 de set. de 2010

CONHECER PARA AGIR, SEM JULGAR!

Os modelos mentais e seus prejuízos

Abraham Shapiro afirma: “Pressupostos nos empurravam a julgamentos errôneos e falsos sobre fatos e pessoas”.

A história é conhecida.

“Uma mulher compra uma xícara de capuccino e cinco biscoitos de nata num café do shopping, e senta-se numa mesa próxima para comê-los. Logo à sua frente está um senhor desconhecido, lendo uma revista. Ela prova o capuccino e tira um biscoito do pacote. Assim que começa a comer, o homem tira um biscoito do mesmo pacote para si.

Descrente do que acaba de ver, ela come o primeiro biscoito e pensa no que fazer em seguida. Curiosa, ela pega um segundo biscoito. Confiante, o homem faz o mesmo, estampando um enorme sorriso no rosto enquanto saboreia o seu biscoito. Somente o autocontrole impede a mulher de protestar contra este autêntico cara de pau.

Com apenas um biscoito sobrando agora, ela vai novamente ao pacote. Mas o homem é mais rápido. Com um sorriso e nenhuma palavra, ele quebra o biscoito que sobra ao meio e oferece o pedaço a ela. A mulher está inconformada. Ela então se levanta, pega sua bolsa e dirige-se rapidamente ao exterior do shopping rumo ao seu carro. Já no estacionamento, enquanto procura as chaves na bolsa, até deixa escapar uma pequena ofensa de seus lábios. É quando seus dedos acham, ao lado do molho de chaves, o pacotinho dos biscoitos que ela havia comprado no café, e está fechado, do jeitinho que a atendente lhe deu no balcão!”

A base sobre a qual fazemos julgamentos, a régua com que medimos as pessoas, nosso modo próprio de enxergar e compreender os eventos ao nosso redor são frutos de nossos “modelos mentais” – também chamados paradigmas. Eles são construídos a partir das nossas crenças e convicções.

Como a mulher nessa história descobriu, nossos modelos mentais não são necessariamente corretos, já que mudanças em nosso ponto de vista sobre o mesmo evento podem ocorrer tão logo tenhamos novas informações adicionais a respeito. Construir paradigmas flexíveis é um talento. Não só. É uma virtude indispensável ao perfil de grandes seres humanos, antes de excelentes profissionais. Só inteligências elevadas dominam esta arte.

Você deve imaginar que após o evento dos biscoitos, a mulher sofreu uma mudança abrupta na visão de seu próprio comportamento. Ela estava enganada. Seus pressupostos a empurravam a fazer julgamentos errôneos e falsos sobre o homem. Até achar o seu próprio pacote de biscoitos na bolsa, ela reputava o senhor como invasivo e mal educado, quando, na verdade, ele não era. A verdade apareceu após ela ter visto o quadro completo.

É sempre assim! Muitos de nós estamos em pé de igualdade com aquela mulher, julgando situações e pessoas, levando em conta um modelo mental tendencioso, parcial e egoísta. Como ficaríamos ao ver o quadro completo? Calma ao julgar. Conhecer fatos antes de agir sumariamente faz bem a alma. E também ao corpo. Não se conformar com o que se sabe é amor a justiça.
Melhor que tudo? É não julgar.

Abraham Shapiro (É consultor e Coach - shapiro@shapiro.com.br)


Identificou-se com a matéria?? Estes nossos modelos mentais, que às vezes nos fazem agir de forma precipitada, antes de analisarmos por outros ângulos, são levados para onde quer que estejamos: escola, empresa, amigos, família, vizinhança. É importante enfatizar as palavras "tendencioso, parcial e egoísta" colocadas pelo autor da matéria, pois é normalmente a tríade que alicerça este tipo de comportamento. Uma base de concreto, se permitirmos! Porque, se quisermos, poderemos nos tonar mais FLEXÍVEIS e mais JUSTOS, melhorarmos cada vez mais nossas relações e vivermos melhor conosco e com as pessoas a nossa volta, acreditando sempre no ser humano e no seu potencial inato.

Então viva "(...) a beleza de ser um eterno aprendiz". ... sem 'pré-conceitos'!

Até a próxima!


30 de ago. de 2010

T E M P O


Administração Do Tempo


Quando chega o final do dia você sente que fez várias coisas mas que não fez o importante? Você sente que atravessa os dias e que não administra a sua vida? Para administrar sua agenda e sua vida, você precisa de 3 coordenadas:

ONDE VOCÊ ESTÁ, PARA ONDE VOCÊ VAI e PORQUE VOCÊ QUER IR

Onde você está é a sua situação atual. Para isto, é necessário auto-crítica e auto-observação. Você deve se perceber. As suas metas representam a coordenada para onde você vai. Seus valores definem a coordenada do porquê você quer ir para suas metas. Administrar o seu tempo é priorizar o que é importante para você, é você fazer o que te aproxima das tuas metas e que faz você viver os seus valores. O resto é secundário e é perda de tempo (ou de vida).

Abaixo seguem 7 dicas para você melhor administrar o seu tempo:


[1] Defina suas metas. Para isso, utilize o modelo SMART (acrônimo para eSpecífica, Mensurável, Atingível, Relevante, Tempo) para cada meta. A meta deve ser eSpecífica, Mensurável (você pode medir para acompanhar o seu avanço), Relevante (por que você quer esta meta?), Atingível (você acredita que pode alcançar a meta?) e ter um Tempo (data limite para conclusão).

[2] Use a Lei de Pareto. Ela diz que 20% das causas são responsáveis por 80% dos efeitos, isto é, 20% do que você faz explica 80% dos seus resultados. Assim, pense em quais são as atividades principais que você precisa realizar para atingir a sua meta SMART. Garanto para você que as principais não passarão de 5.

[3] Analise a sua agenda e a alocação do seu tempo na sua última semana ou no último mês. Classifique atividades em A, B, C, D ou E. Esta classificação tem a ver com o efeito que as atividades têm sobre 2 das principais coordenadas da A dministração do Tempo: metas e valores. Quando você faz ou deixa de fazer uma atividade A você gera um alto efeito (positivo ou negativo) sobre suas metas e sobre seus valores. Uma atividade B tem médio efeito, e geralmente está liga às demandas de outras pessoas, e não necessariamente às suas metas ou seus valores. Uma atividade C é gostosa de fazer mas tem zero de efeito sobre as suas metas ou seus valores (por exemplo, navegar na Internet). Uma atividade D é delegável e uma E é eliminável.

[4] Reorganize a sua agenda. Coloque o máximo de As pois são as atividades que te aproximam das tuas metas e valores. Reduza e controle as Bs, elimine as Cs, delegue as Ds e elimine as Es. Você ganha quando coloca o foco nas As e dá uma pequena olhada para as Bs.

[5] Acesse seu e-mail em horários fixos em no máximo 2 vezes por dia (salvo se você souber que está esperando algo importante). Checar a caixa de entrada a todo instante não te ajuda a se aproximar das tuas metas nem de viver os teus valores.

[6] Assim que abrir um e-mail, aplique o tema de LARA sobre ele, isto é, ou Lixo, ou Atue, ou Remeta para alguém se encarregar da tarefa ou tiver que fazer algo com o e-mail ou Arquive (para caso você precise depois). Não deixe o e-mail parad o na caixa de entrada. Isto drena tua energia e te faz perder foco.

[7] A última e mais importante dica é a seguinte: quando você for planejar a sua semana, o seu dia ou quando surgir qualquer atividade para você ag endar, faça a você mesmo duas perguntas: esta atividade me aproxima das minhas metas? Esta atividade me faz viver pelos meus valores? Aí fica fá cil decidir.

Tenho certeza que, de uma forma ou de outra, você terá um sentimento positivo no final do dia se usar estas dicas. Quando você se aproxima das suas metas e vive pelo que é importante para você (seus valores) a sua felicidade e o seu senso de propósito aumentam. Use as dicas acima e administre melhor a sua vida e o seu tempo.

Frederico Graef – Coach e Palestrante

Membro da Sociedade Brasileira de Coaching


É interessante como essas dicas vão evitar que nós nos "pré-ocupemos", ou seja, estejamos ocupados sempre, antes da hora necessária e fiquemos eternamente ansiosos. Como diz no "Filtro Solar": "Pré-ocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra". E é isso mesmo! Porém, como muitos de nós prezamos uma boa dose de INdisciplina e gostamos demais da liberdade (nos sentindo presos quando precisamos seguir umas regrinhas), isto passa a ser nosso maior empecilho.

Todos os recentes temas como: gerenciamento do tempo, controle da ansiedade, estresse, melhor relacionamento com a tecnologia, definição de metas, e vários outros importantes estudos nascem a partir da nossa necessidade de ajuda em nos adequarmos às mudanças constantes que nos são impostas e que vieram no pacote da globalização (esta que nos ajuda a ganhar o tão querido dindin) , sem pensar em nossa (tão importante) subjetividade! Nós não nascemos sabendo conviver com tudo isso e aprendemos com a vida (não podemos ser, de forma simples e exata, programados como máquinas).

Mas nosso corpo e mente são forçados a se adequarem às novas e mutáveis realidades... Mais que normal essa resistência quanto à adaptação! Ainda bem que temos um grande poder de adaptação (uns mais, outros menos, mas todos temos). E em meio a tudo isso, o trabalho até pode adquirir uma conotação que não é de sua essência. O trabalho deve ser fonte de prazer e bem estar. Devemos trabalhar com o que gostamos e de forma prazerosa, com um sorriso no rosto , senão nosso organismo vai pedir socorro (principalmente a longo prazo).

Contudo, não podemos deixar de lado o que nos faz bem: um passeio com a família, boas risadas com amigos e com colegas de trabalho, ver o mar ou paisagens que nos fazem bem, praticar um esporte ou exercício, brincar, viajar, tirar um tempinho para uma alimentação saudável e saborosa, mas, principalmente, estar lá de corpo e alma, aproveitar e viver aquele momento... sem pensar em nada além! É difícil?? É sim! Mas nada como o exercício... comecemos aos poucos desligando o celular, não ligando para saber de problemas, conversando com as pessoas que estão a nossa volta e valorizando o que cada uma tem a dizer e a ensinar... Não é fácil! Mas também não é impossível! Só depende de nós DESaprendermos por alguns instantes alguns comportamentos que adquirimos (e que são valorizados no nosso trabalho e sociedade) e utilizá-los apenas nos momentos certos. E parabéns para quem já consegue!!


Até o próximo post!

18 de ago. de 2010

CONVIVENDO COM O ESTRESSE


ESTRESSE: nem mocinho nem VILÃO

Consultor aborda meios de usar o sentimento a seu favor e afirma: o estresse pode até dar lucro

Você sabia que o Brasil, país conhecido por sua gente alegre, é o segundo do mundo em número de executivos com burnout, o estresse destrutivo? Só “perdemos” para o Japão. É o que revela recente pesquisa da International Stress Management Association. Agora responda com franqueza: você acha que é possível alguém viver sem estresse?

Pois bem, o estresse faz parte da existência humana, desde os primatas já se convivia com ele, e já que nunca conseguiremos nos desvencilhar do mesmo, é cada vez mais importante encontrar formas de gerenciá-lo, assim como fazemos com outros recursos produtivos, como capital e conhecimento. Sim, estresse pode inclusive dar lucro! Lembre-se de momentos em que você esteve extremamente criativo e produtivo, e você perceberá que o estresse esteve presente, mas equilibrado e sendo bem utilizado.

Em algum momento da história ele recebeu uma conotação negativa que precisa seriamente ser questionada. Existem tipos de estresse, havendo inclusive as categorizações eustress, o estresse positivo, que impulsiona para a ação, e o distress, o negativo, que paralisa. Primeiramente recorramos ao conceito: estresse é o resultado sentido por um indivíduo, a partir de qualquer desequilíbrio entre os níveis percebidos de desafios e suas competências, também percebidas, para lidar com os mesmos. Outra definição simples, mas efetiva, é a que define estresse como o resultado de desperdício ou falta de competência percebidos para lidar com algum objetivo.

Geralmente lembramos do estresse causado pelo excesso de trabalho ou falta de recursos para lidar com o mesmo. Mas falta de trabalho ou desperdício de recursos é tão estressante quanto o caso anterior. Sendo assim, a primeira lição para gerenciar o estresse é saber encontrar um caminho do meio em que se equilibrem os desafios aos quais você se dispõe, e o seu grau de competência para assumi-los. Verifique no seu dia a dia se há excesso ou falta de demandas para a sua competência atual, e também se há desperdício ou falta de competências para as suas demandas atuais. Como sou a favor do amadurecimento do ser humano, sugiro fortemente que você desenvolva novas competências para lidar efetivamente com o excesso de demandas existentes, ou então busque demandas mais arrojadas, compatíveis com suas competências desperdiçadas.

A importância de se gerenciar o estresse é evitar que o mesmo, que começa com um desconforto, se agrave e venha a se transformar em casos críticos de ansiedade, depressão e burnout. E como estamos falando de gestão, o primeiro passo é identificar os primeiros sinais de que você está estressado. Isso irá variar de pessoa a pessoa, e o corpo possui diversos sinalizadores de que algo não vai bem: dores de cabeça, dores musculares, mãos frias, indigestão, dentre outros sintomas. O segundo passo é buscar as causas que estão levando você a perceber o desequilíbrio. Dentre as principais causas geradoras de estresse destacam-se: morte de ente querido, divórcio, mudança de residência, sentença de prisão, doença, casamento, perda do emprego, aposentadoria, e até mesmo a reconciliação com o cônjuge.

No trabalho, as principais causas de estresse são colegas de trabalho inflexíveis, líderes estressados que não se gerenciam, ser criticado na frente dos colegas, as reuniões desnecessárias e os habituais retrabalhos. Uma importante lição aprendida em relação às causas do estresse é saber o que pode ser alterado por você e o que não pode. Analise o seu grau de autoridade em atuar sobre as mesmas, a perenidade de sua duração e a magnitude deste fator no trabalho. Muitas vezes apenas esta análise já fará com que você se sinta menos estressado.

Segundo as linhas cognitivas da Psicologia, sentimentos são fruto de pensamentos, que por sua vez são conseqüência de percepções. Sendo assim, da próxima vez que tiver sentimentos depressivos, angustiosos e raivosos, analise o que você está pensando, e verificará possibilidades de distorções, geralmente ligadas a generalizações, rótulos e negações. Aristóteles, em “Ética a Nicômaco”, nos deixa uma importante lição:

“Qualquer um pode zangar-se, isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa, não é fácil.”

Outra alavanca para gerenciar o estresse diário é a prática da assertividade, ou seja, a capacidade de fazer uma afirmação sobre algo positivo ou negativo, com absoluta segurança, e pela qual se assume total responsabilidade. Para desenvolver sua assertividade, é fundamental que você esteja com a autoestima em dia, por isso o autoconhecimento, sempre ele, nunca é demais. Uma vez respeitando-se, busque sinceramente respeitar o outro, para então comunicar-se corretamente com ele. Para tornar esta zona de esforço mais confortável, utilize âncoras como a priorização de tarefas, a formação de uma rede solidária que lhe apoie nos momentos críticos, e até mesmo planos de gerenciamento de crises para os casos mais críticos.

E aí, ficou estressado com este desafio? Sinal de que você pode continuar se desenvolvendo neste tema. Invista na sua qualidade de vida.

Você merece ser feliz! :)





André Dametto (Mestre em Gestão e Inovação (COPPE-UFRJ) com dissertação sobre a questão do equilíbrio pessoal e profissional, engenheiro de Produção (UFRJ), consultor de gestão empresarial, coach certificado pelo Integrated Coaching Institute (EUA) -
www.andredametto.com.br)

HSM Online
09/08/2010


>> No próximo post apresentarei uma matéria sobre o GERENCIAMENTO DO TEMPO, que muito auxilia para esta "boa convivênvia" com o Estresse! Até mais!

1 de ago. de 2010

COACHING


Um dos pioneiros do conceito de Coaching no Brasil fala da confusão que o mercado faz sobre esta atividade profissional

Com o intuito de contribuir com os que necessitam de um processo de coach e com os bons profissionais da área, continuarei batendo na mesma tecla: a "banalização da palavra coach" no Brasil. O tempo passa e a onda vai se disseminando no mercado. Não é apenas uma questão de semântica, mas de mau uso por profissionais que apenas acharam um "jeito" de conseguir novos clientes.

Como pioneiro desde 1996 na utilização do conceito de "Coaching" no Brasil, e membro fundador do Grupo de Excelência em Coaching do Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP), sinto-me muito a vontade para chamar a atenção sobre o processo de "banalização", que tão cedo acontece com o uso da palavra "Coaching" para denominar o exercício desta atividade profissional no Brasil.

A pedido da presidência do CRA para a conceituação de "Coaching" e participando do GEC (Grupo de Excelência de Coaching) coordenado pelo Sr. Paulo Roberto da Costa, tive a oportunidade de contribuir para a conceituação do que seria "Coaching" sob a ótica desta entidade. Este trabalho levou nove meses para sua conclusão com acaloradas discussões sobre o conceito. Vale ressaltar que este grupo do CRA é um grupo multidisciplinar formado por advogados, engenheiros, economistas, psicólogos, psiquiatras e administradores de empresas entre outros, e elaborou uma vasta pesquisa, aqui no Brasil e no exterior, para sugerir o conceito que foi aprovado em Reunião Plenária do CRA em 17 de setembro de 2008: "Coaching é uma atividade profissional que se dá num processo confidencial, estabelecido em uma relação de parceria entre o Coach e o Cliente, visando o desenvolvimento pessoal e profissional, apoiando e instigando, com o objetivo de atingir resultados previamente estabelecidos".

Como esta atividade no Brasil e no exterior não tem ainda uma formação acadêmica e não é regido por nenhum orgão regulador. O que tenho presenciado é a proliferação do uso da palavra em várias áreas, inclusive como ferramenta de marketing por indivíduos que fazem parte de profissões já estabelecidas e reguladas, apenas para aproveitar a "onda" do termo "Coaching".

Sem desmerecer nenhuma profissão ou atividade profissional, não creio que seja adequado que até professores de Yoga, atividade praticada desde 1975, se auto-denominem "Coach Corporal e Mental"! Faço até piada de que exercer esta atividade não é fácil, mesmo porque, a maioria das pessoas sequer sabe do que se trata, confundindo com terapia. E agora, com esta banalização por aproveitadores marketeiros, o conceito deverá complicar ainda mais seu entendimento.

No entanto, mais do que conceituar, o problema reside nas questões éticas dos profissionais que recebem em suas mãos o que seus clientes têm de mais sagrado: seus medos, angústias, projetos e sonhos, ou seja, parte de suas almas.

Emerson Ciociorowski (Graduado em Economia pela Universidade Mackenzie com especialização em Marketing pela Universidade de Nova York e em Comércio Exterior pela Fundação Getúlio Vargas. Atua como consultor nas áreas de Planejamento, Marketing, Comércio Exterior e Coaching).